quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Recordo Ainda


RECORDO AINDA

Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana

5 comentários:

Marcos S. P. Euzebio disse...

Eu sou o menino sem brinquedos, também... :-(

Lála Lalá disse...

procure novos brinquedos, eles estão o esperando...

Laina disse...

catre.........

Lála Lalá disse...

lilota.......

Laina disse...

eu te contei que ganhei dois livros do Quintana?...oh...nega...
eu resolvi parodiá-lo em um poema pra ti...

XXVII

Quando a luz estender a roupa nos telhados
E for todo o horizonte um frêmito de palmas
E junto ao leito fundo nossas duas almas
Chamarem teu corpo ao sul, para passearmos de mãos dadas,

Seremos na manhã seguinte duas máscaras calmas
E felizes, tu de grandes olhos claros...os meus rasgados...
Depois, volvendo ao sol nossas quatro palmas,
Encheremos o céu de vôos encantados!...
E as rosas de Caxias inda serão mais rosas,
serão todos felizes sem saber por quê...
até o cego, entrevadinho...E

Vestidos, contra o frio, de tons vibrantes e violentos,
Nós improvisaremos danças espantosas
Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cataventos!

=]