sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Felicidade Realista



Hoje estou postando uma crônica da Marthinha (olha a intimidade), isso só pq é gaúcha...


Tudo por conta desse tal de regionalismo que espero nunca perder, afinal de contas, gaúcho que é gaúcho, tem orgulho e gaba-se de tudo que sua terra produz!!! E já que hoje estou saudosista, antes de lerem a minha querida Marthinha, vejam uma parte do hino (que representa muito para nós) do meu Rio Grande do Sul amado: hahaha




"...Mas não basta ser livre

ser forte, aguerrido e bravo

povo que não tem virtude,

acaba por ser escravo."




"FELICIDADE REALISTA"



( Martha Medeiros )



A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.


7 comentários:

Juliana Lacerda disse...

O homem um dia colocou na cabeça que nunca suas necessidades seriam satisfeitas e sempre quer mais, mais e mais. Quanto mais busca, mais se perde no seu vazio e morre na solidão. Bom mesmo é ter alguém do nosso lado, que nos escute, que nos dê um conselho ou que apenas esteja lá, um amor de amor, não aquele amor enfático, muito menos aquele miserável mas, amor.

Viva o Rio Grande \o/

Lála Lalá disse...

"...Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver
Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o guaíba te dá um pôr do sol lá na capital..."
(Ivonir Machado)

o/ viva o Rio Grande, e viva o amor pelo amor!!!!!! \o\\o//o/

rafael andolini disse...

... shopenhauer nos diz:
basta olhar para o mundo e ver uma única maldade e toda esperança de ser feliz vem por baixo...
aliás, esta felicidade seria a felicidade pessimista, um hiato entre dois momentos de tristeza devido ao fato de que a vontade saciada voltará a ser a vontade a ser saciada.
e toda esperança de spinoza de que este seria o melhor mundo possível dentre todas as configurações de mundo vai pro ralo. [yeah!!! candido, ou do otimismo!]
e sim, eu ando pessimista! ^^
se cuida moça

Lála Lalá disse...

Raffa, para mim, tu idealiza demais, se não levasse as coisas tão a sério se sentiria mais livre... seu dramático ahahah. Já senti paz na tristeza, paz no pessimismo...acho eu q estava sentindo a felicidade nesses momentos... Momentos Raffa, só momentos...

Anônimo disse...

Rafa, esse lance do melhor mundo dentre os possíveis é do Leibniz. É tanto filósofo na cabeça que chega uma hora em que a gente não sabe mais quem disse o que, huashuashuas. Nãu sei hein, mas acho que esse lance de não levar as coisas tão à sério é necessário pra não morrer de infarto com esse monte de desgraça que acontece nesse mundo maldito, rs. Vamu pra frente, fazer o que?

Marcos S. P. Euzebio disse...

"Aurea mediocritas" diriam os antigos...
Belo texto, esse da Martha...
Viva o Rio Grande, sempre, e o Amor, ah, o Amor...rs

Unknown disse...

texto belissimo de Martha Medeiros...
ser feliz eh mais simples do que se pensa...
E a chave do negocio(vida), não eh viver idealizado.((Não tao somente.)

=*

landy